Após transformar Costa Rica, cidade com 21,4 mil habitantes do qual foi prefeito por quatro mandatos, em “exemplo” nas áreas de infraestrutura, educação e saúde, o empresário Waldeli dos Santos Rosa, 62 anos, está à disposição do MDB para ser candidato a vice-governador ou senador na chapa do ex-governador André Puccinelli (MDB). Ele descarta disputar um cargo no legislativo e desistiu de ser governador ao sobreviver de forma traumática à covid-19.
Morando em Mato Grosso do Sul há 39 anos, onde chegou como bancário e construiu um patrimônio milionário a partir de um açougue de 20 metros quadrados, Waldeli pode ser considerado um empresário de sucesso. Dono do Grupo Paraná, que emprega 400 pessoas nas empresas, e 12 mil hectares de terras, ele garante que não está na política por questão de sobrevivência.
À Justiça Eleitoral, quando disputou a reeleição de prefeito em 2016, ele declarou ter patrimônio de R$ 15,342 milhões. Ele mesmo admite que o valor está defasado, considerando-se apenas as terras da região, uma das mais produtivas e valorizadas do Estado.
Waldeli começou a vida profissional como bancário na região de Maringá, no Paraná, onde residiu até os 23 anos de idade. Em 1983, ele chegou a Costa Rica, onde abriu um açougue e acabou chegando ao comando da prefeitura pela primeira vez em 2001. Ele acabou reeleito para mais um mandato em 2004 e retornou em 2008.
A gestão do emedebista foi marcada pelo prêmio de excelência em gestão fiscal e equilíbrio das contas públicas. A cidade também ficou famosa por pagar um 14º salário aos professores da rede municipal de ensino.
O ex-prefeito gaba-se de ter pavimentado e recapeado todas as ruas da cidade em 16 anos de gestão. “Não tem nenhum buraco em Costa Rica” garante. Ele ainda conta que dotou as escolas municipais de aparelhos de ar-condicionado, lousa digital e até piscinas semiolímpicas. Na área de saúde, conforme Rosa, a estrutura é a melhor do País, com base em levantamento da Fundação Oswaldo Cruz.
Essa experiência levou Waldeli a se tornar exemplo para outros estados brasileiros. Ele contabiliza 20 palestras fora do Mato Grosso do Sul para dar dicas de bom gestor público. Com essa carreira, Waldeli estaria preparado para disputar o Governo de Mato Grosso do Sul. Ele admite que chegou a cogitar o projeto.
No entanto, no ano passado, o ex-prefeito contraiu a covid-19 e ficou 18 dias internados, dos quais 12 dias na temível UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A experiência levou a reflexão sobre a política e a desistir do projeto de ocupar a Governadoria. Desde então, Waldeli cogita um cargo no Executivo, mas como vice-governador ou senador da República.
Como a senadora Simone Tebet (MDB) é pré-candidata a presidente da República e Puccinelli não convenceu Tereza Cristina (Progressistas) a subir no seu palanque, o MDB pode ir de chapa pura nas eleições deste ano e lançar Waldeli como candidato a senador. No entanto, ele diz que também aceita ser apenas suplente de senador.
Apesar de considerar a ex-ministra da Agricultura preparada para a função, o ex-prefeito não foge do confronto com a progressista, principalmente, porque outros políticos que considerou preparados ficaram no caminho nas últimas eleições. Um dos exemplos citados por ele é do ex-senador Waldemir Moka (MDB), que perdeu para a neófita Soraya Thronicke (União Brasil) e o ex-prefeito Nelsinho Trad (PSD). “Na política, a gente só sabe a hora que abrir as urnas”, vaticina.
Caso seja confirmado como pré-candidato a senador do MDB, Waldeli vai concorrer com o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), o advogado Tiago Botelho (PT), o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) e a Tereza Cristina.
O eleitor não poderá reclamar da falta de opção, com diferentes ideologias e histórias na disputa da vaga de senador em MS.
Fonte: O Jacaré