A senadora Simone Tebet (MDB) se aliou ao presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar para melar os planos do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que pretendia ser ungido candidato a presidente da terceira via. Os dois decidiram não participar de jantar em São Paulo nesta segunda-feira (25). Sem a participação dos dois presidenciáveis, o tucano adiou o evento.
Oficialmente, a sul-mato-grossense e o pernambucano informaram que tinham compromissos e não poderiam participar do jantar que contaria com a presença dos presidentes do MDB, Baleia Rossi, do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire. Os quatro partidos selaram o compromisso de anunciar um candidato único até o dia 18 do próximo mês.
Simone sonha em ser a cabeça de chapa do grupo. Apesar de ter apenas 1% nas pesquisas, a senadora argumenta que possui o menor índice de rejeição e bom trânsito entre os caciques políticos. Bivar possui menos de 1%, mas vem trabalhando para ser candidato a vice-presidente.
De acordo com o jornalista Tales Faria, do Uol, a recusa de Simone e de Bivar em não participar do jantar foi um recado para João Doria. Eles não querem ser usados como massa da manobra para fortalecer o nome do tucano como principal nome do grupo para disputar a sucessão de Jair Bolsonaro.
“O jantar na casa de Doria seria para ele comandar o evento e alimentar versão de que é o mais provável indicado a candidato único do grupo para o Planalto”, contou o jornalista, com base em relatos de auxiliares e aliados de Simone e de Bivar.
“O encontro obrigaria o MDB e o União a dizer que, neste momento, não escolheriam o tucano devido a suas taxas de rejeição nas pesquisas de opinião sobre a eleição”, completou. Só que eles não querem criar mal-estar com o presidenciável do PSDB.
Simone e Bivar estariam decididos a marchar juntos, inclusive sem a participação do PSDB. No entanto, conforme um jornal de Pernambuco, a União Brasil ainda tem dúvidas de que o MDB manterá a candidatura da senadora sul-mato-grossense até o fim. O partido cogita, nos bastidores, derrubar a candidatura própria na convenção, prevista para o final de julho ou início de agosto.
Bivar não está disposto a investir uma fortuna na campanha e jogar dinheiro fora com a retirada da candidatura de Simone.
Os três pré-candidatos travam uma guerra surda na parte de baixo da tabela, já que possuem entre 0% e 3%. A briga parece que o ungido está automaticamente eleito, mas, para desgosto dos quatro partidos, a polarização segue firme entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro.
Em nova pesquisa, divulgada hoje, o petista tem 41% contra 32% de Bolsonaro. Ciro tem 9%, enquanto Doria aparece com 3% e Simone 1%. A terceira via está rachada. Os partidos estão divididos. E sem união, dificilmente, um dos candidatos vai deslanchar nas pesquisas já que não conseguem conquistar nem os líderes dos seus próprios partidos.
Depois da desistência de Sergio Moro (União Brasil), a bolsa de apostas é para saber quem vai ser o próximo a jogar a toalha. O caro eleitor pode fazer a aposta. Quem será?
Fonte: O Jacaré