Licença médica de juíza adia interrogatório de Gerson Claro pelo desvio de R$ 7,4 mi

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Licença médica da juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, cancelou a audiência para ouvir o deputado estadual Gerson Claro (PP), que estava marcada para o dia 29 do mês passado. Em despacho publicado nesta quarta-feira (4), a magistrada remarcou o interrogatório do ex-presidente do Detran/MS sobre o desvio de R$ 7,460 milhões para o dia  24 de junho deste ano.

Claro é réu pelos crimes de corrupção, peculato e organização criminosa. O parlamentar foi preso na Operação Antivírus, deflagrada pelo Gaeco no dia 25 de agosto de 2017, e acabou eleito deputado estadual em 2018. Desde então, o advogado se tornou um dos caciques políticos da região de Sidrolândia e chegou a ser líder de Reinaldo Azambuja (PSDB) na Assembleia Legislativa.

Inicialmente, a juíza tinha marcado os interrogatórios para os dias 29 de abril e 6 deste mês. No entanto, problemas de saúde acabaram cancelando a audiência. Além de Gerson Claro, Eucelia Moreira Cassal vai interrogar outros réus, como os ex-diretores do Detran, Celso Braz de Oliveira e Gerson Tomi, os sócios da Pirâmide Informática, José do Patrocínio Filho e Anderson da Silva Campos, o ex-assessor da Secretaria Estadual de Governo, Luiz Alberto Oliveira Azevedo, e Fernando Roger Daga.

Conforme a denúncia do Gaeco, Gerson Claro, então diretor-presidente do Detran, rompeu o contrato com o Consórcio REG-DOC para contratar, em regime de urgência e sem licitação por R$ 7,4 milhões em 180 dias a Pirâmide Informática, de Patrocínio e Campos.

A empresa não tinha estrutura nem experiência para assumir o serviço, que poderia ser executado por funcionários do órgão estadual e custaria apenas R$ 100 mil. O gasto de R$ 7,4 milhões foi por apenas seis meses. Em seguida, a Pirâmide ganhou o contrato, também sem licitação, do Tribunal de Contas do Estado.

O MPE pede a condenação do grupo por corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dispensa de licitação, peculato e organização criminosa. A promotoria pede indenização de R$ 50 milhões.

O interrogatório será a última fase da audiência de instrução e julgamento. Em seguida, se não houver pedido de novas diligências, a magistrada dará o prazo para as alegações finais. O escândalo deverá completar cinco anos em agosto.

Em um grupo de aplicativo, o deputado afirmou que espera agilidade no julgamento por parte da Justiça. “Depois de 6 anos contrato considerado legal já pelo TC e TJMS esfera civil. Espero rapidamente decisão”, ressaltou Claro.

Fonte: O Jacaré

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