PSDB, MDB e Cidadania decidem rifar Doria e lançar Simone como candidata a presidente

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Os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania decidiram rifar a candidatura do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e lançar a senadora Simone Tebet (MDB) como candidata a presidente da República pelo grupo intitulado centro democrático. Com 1% nas pesquisas, a sul-mato-grossense será anunciada na próxima terça-feira (24) para ser o nome da terceira via e romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A opção por Simone se baseou na pesquisa qualitativa apresentada pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento. Pela leitura apresentada pelo professor Paulo Guimarães, a emedebista tem potencial de crescimento por ter menor taxa de rejeição e baixa taxa de conhecimento do eleitorado brasileiro. Doria tem rejeição muita alta e baixo potencial de crescimento durante a campanha eleitoral.

Oficialmente, os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, não anunciaram nenhum nome. O objetivo é convencer o ex-governador paulista desistir da disputa e aderir à campanha presidencial de Simone.

No entanto, em off, os políticos vazaram para a imprensa nacional que o nome escolhido foi o de Simone. Prefeita de Três Lagoas por dois mandatos, deputada estadual, vice-governadora na gestão de André Puccinelli (MDB) e no primeiro mandato no Senado, Simone é advogada e filha do ex-senador Ramez Tebet (MDB).

O pai da senadora foi ministro da Integração Nacional na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e eleito presidente do Senado após a histórica briga entre os caciques da época, o paraense Jader Barbalho (MDB) e o baiano Antônio Carlos Magalhães (PFL).

Escolhida para ser candidata a presidente, Simone nunca passou de 2% nas pesquisas. Nas simulações feitas como candidata da terceira via, a senadora chegou a 4%, enquanto Doria teve 5% e Ciro Gomes (PDT) 10%. Disputando com o pedetista no páreo, a senadora fica com 2%, como o nome do centro democrático.

“Nós três chegamos a um consenso, mas não somos nós quem vamos decidir. O que nós aqui acordamos é que vamos levar nossa posição, cada um a seu partido, e vamos dar tempo para o partido decidir. Fiquem tranquilos, nós chegamos a um consenso”, disse o presidente Roberto Freire, do Cidadania, sem citar o nome de Simone.

“A pesquisa nos trouxe alguns números que são muito positivos na construção de uma unidade de uma melhor via. Primeiro, o que já foi falado: a sensação da polarização é que ela prejudica os brasileiros. Esse é um dado extremamente relevante para construção de uma alternativa mais equilibrada, mais moderada que busque responder aos problemas reais dos brasileiros”, afirmou o presidente do MDB, Baleia Rossi.

Doria não se manifestou sobre a escolha de Simone. No sábado, em carta ao presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, ele deixou claro que não vai desistir da disputa e vai à Justiça para ser o candidato porque venceu as prévias tucanas. Ontem, ele postou em uma rede social que aposta no diálogo para construir uma opção.

Caso a divisão no PSDB não termine, Freire concluiu que “aí acabou”. Ou seja, o risco é que o Cidadania troque de lado e passe a poiar Simone, enquanto o PSDB se destrua com uma guerra interna.

Os tucanos avaliam que a candidatura de Doria compromete os candidatos do partido nos Estados. Esse é o caso de Mato Grosso do Sul, onde o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), prefere apoiar Bolsonaro a sofrer o desgaste de subir no palanque de Doria.

Ao manter a candidatura própria, o PSDB corre o risco de perder o comando dos estados, como São Paulo e Mato Grosso do Sul. No Estado, Riedel patina em 4º lugar nas pesquisas e corre o risco de repetir Edson Giroto, um candidato técnico com amplo respaldo dos partidos, mas sem voto.

Riedel poderá subir no palanque de Simone Tebet, já que o marido da senadora, Eduardo Rocha, trocou a reeleição como deputado estadual para ser o secretário estadual de Governo e ser o principal articular político de Reinaldo Azambuja (PSDB).

Fonte: O Jacaré

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