A menos de duas semanas da realização do primeiro turno das eleições, o Instituto Ipec divulgou, na noite desta segunda-feira (19/9), mais uma pesquisa de intenção de votos para a Presidência da República. O ex-presidente Lula (PT) subiu um ponto percentual, dentro da margem de erro, e chegou a 47%. De acordo com o levantamento, Lula tem mais votos do que todos os concorrentes juntos, o que torna viável uma vitória no primeiro turno, em 2 de outubro.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém com 31%, e ficou 16 pontos percentuais atrás do líder nas intenções de voto. Mesmo enfrentando uma forte campanha de “voto útil”, Ciro Gomes (PDT) se manteve com 7%, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB) oscilou para cima e chegou a 5%.
Felipe d’Avila (Novo), Vera (PSTU), Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Padre Kelmon (PTB), Sofia Manzano (PCB) não chegaram a 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 5%, enquanto 4% dizem que ainda não sabem em quem votarão no dia 2 de outubro.
Votos válidos
No cenário em que votos brancos e nulos são descartados, Lula fica acima dos 50% necessários para vencer no primeiro turno. No entanto, é importante considerar a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Confira os números e a relação com a pesquisa anterior, divulgada em 12 de setembro.
Lula (PT): 52% (+1)
Bolsonaro (PL): 34% (-1)
Ciro Gomes (PDT): 7% (-1)
Simone Tebet (MDB): 5% (+1)
Soraya Thronicke (União Brasil): 1% (=)
A pesquisa ouviu 3.008 pessoas entre os dias 17 e 18 de setembro em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00073/2022.
Segundo turno
A pesquisa do Ipec, contratada pela Rede Globo, questionou os eleitores sobre um cenário de segundo turno. Lula marcou 54%, frente a 35% de Jair Bolsonaro (PL). No levantamento anterior, do dia 12 de setembro, Lula tinha 53% e Bolsonaro 36% — o que mostra um crescimento em dois pontos percentuais na vantagem do petista.
O crescimento do ex-presidente Lula na pesquisa ocorre em um momento de atuação da campanha do petista para ganhar as eleições no primeiro turno, em 2 de outubro. Na última semana, ele se reuniu com a ex-senadora Marina Silva (Rede), que declarou apoio ao petista. Já nesta segunda-feira, como prova de uma “frente ampla”, Lula se reuniu com oito ex-presidenciáveis que declararam apoio à candidatura dele.
Estavam presentes na reunião, o número dois da chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Marina Silva (Rede), Luciana Genro (PSol), Henrique Meirelles (União), Cristovam Buarque (Cidadania), Guilherme Boulos (PSol) e João Goulart Filho (PCdoB). Lula também deu início a uma campanha pelo voto útil, com foco principal na transferência de votos de Ciro Gomes para ele.
Na sexta-feira (16/9),um grupo de políticos do PDT — históricos e recentes — assinou um manifesto intitulado como “Trabalhistas pela democracia: o voto necessário”. O documento adota um tom crítico à postura de Ciro e demonstra apoio a Lula na eleição de outubro.
No outro lado, Bolsonaro partiu para Londres, no Reino Unido, onde acompanhou o enterro da Rainha Elizabeth II. No domingo (18/9), ele fez um discurso com tom eleitoreiro e disse que vai vencer o pleito no primeiro turno — mesmo indo contra o resultado das principais pesquisas eleitorais.
O posicionamento do chefe do Executivo do Brasil foi destaque nos principais jornais britânicos. O The Guardian deu como chamada que “Jair Bolsonaro usa visita em Londres para funeral da rainha como palanque”. Segundo o jornal, Bolsonaro “voou para Londres para discursar aos seus apoiadores sobre os perigos dos esquerdistas, do aborto e da ‘ideologia de gênero'”.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro participava de uma entrevista para a imprensa quando se irritou após ser perguntado se a viagem poderia influenciar na campanha de alguma forma. “Você acha que eu vim aqui fazer política? Pelo amor de Deus, não vou te responder não”, declarou. Na sequência, o presidente abandonou a entrevista.
Fonte: Correio Braziliense