Deputados estaduais discutiram em sessão plenária a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as pesquisas eleitorais feitas em Mato Grosso do Sul. A proposta foi feita na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (4).
Após a apresentação da proposta, requerimento foi protocolado e, requerentes, acreditam contar com o apoio de parlamentares. A CPI foi apresentada em plenária com o nome de “CPI da Pesquisa Fake”.
A CPI deve apurar os institutos de pesquisa em âmbito estadual. A comissão, caso aprovada, vai ser composta por cinco parlamentares titulares e outros cinco suplentes. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 120 dias.
O que os institutos falam?
Pesquisas eleitorais do Ipec e do Datafolha divulgadas na véspera da eleição apresentaram divergências com os resultados das urnas. O Jornal Nacional foi ouvir os institutos para que esclarecessem o que aconteceu.
Márcia Cavallari, diretora do Ipec, explica como isso teria acontecido ao Jornal Nacional.
“A última pesquisa divulgada na véspera da eleição mostrava que o presidente Lula poderia ganhar a eleição no primeiro turno, e de fato ele ficou a 1,6% dos votos de ganhar no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, teve seis pontos a mais do que a pesquisa apontava, e analisando os resultados nós vemos que houve uma migração dos 3% de indecisos que ainda tínhamos na pesquisa na véspera da eleição e o índice do Ciro e da Simone que ficaram menores. Então, talvez com essa informação os eleitores tomaram uma ação estratégica de antecipar um possível voto no segundo turno neste primeiro para impedir que a eleição acabasse no primeiro turno”, diz.
Ao JN, a diretora do Datafolha, Luciana Chong, tem uma avaliação parecida.
“O que a gente viu na pesquisa de véspera foi um índice ainda de 13% de eleitores que declaravam que ainda poderia mudar o seu voto. E entre os eleitores de Ciro esse índice era de 41%, e entre os de Simone Tebet chegava a 37%. Então a pesquisa de véspera foi finalizada no sábado, por volta da hora do almoço, e dali até o domingo, o dia da eleição, a gente viu um movimento de eleitores que votavam no Ciro, Tebet, branco e nulo indo para o presidente Jair Bolsonaro. Então o voto útil que não aconteceu a favor de Lula, aconteceu a favor de Bolsonaro nessa reta final”, afirma.
Fonte: G1