O advogado André Puccinelli Júnior, filho do ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli, foi nomeado diretor de consultoria jurídica pelo Tribunal de Contas Estadual (TCE-MS) nesta terça-feira (14). O salário para o cargo é de R$ 27 mil. O novo funcionário do órgão é réu na Operação Lama Asfáltica, que apura corrupção e desvio de dinheiro público no estado.
O g1 entrou em contato com o TCE-MS para saber sobre a nomeação do novo servidor e os critérios que fizeram o órgão escolher o réu da Operação Lama Asfáltica para o cargo. Até a última atualização desta matéria, respostas não foram enviadas.
A nomeação de André Puccinelli Júnior foi feita pelo presidente interino do TCE-MS, Jerson Domingos. O chefe do órgão também é reú na Justiça. Jerson foi acusado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por suposta obstrução de justiça, com a tentativa de um plano para matar o delegado responsável pela investigação da Operação Omertá.
André Puccinelli Júnior
Pai e filho foram presos pela Polícia Federal por duas vezes durante as investigações da operação Lama Asfáltica, entre 2017 e 2018, por suspeita de lavagem e desvio de dinheiro público.
Uma das prisões de Puccinelli Júnior ocorreu por conta de provas envolvendo uma empresa sua, a Ícone, cursos jurídicos.
De acordo com a PF, entre as provas contra os réus estão repasses da JBS à Ícone. Segundo delator, a JBS pagou R$ 1,2 milhão à empresa de Puccinelli Júnior. A polícia também juntou ao processo análises de materiais apreendidos.
Na primeira vez que foram presos, Puccinelli e o filho foram libertados após uma decisão da ministra Laurita Vaz, do ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ministra considerou que eles estão presos há cinco meses, que a denúncia já foi recebida e que houve “o desmantelamento de toda estrutura da organização criminosa”.
Jerson Domingues
O conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul e ex-deputado estadual, Jerson Domingos, se tornou réu em uma ação da operação Omertá por uma suposta obstrução de justiça, envolvendo uma suposta plano para matar o delegado responsável pela investigação, um promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e um defensor público.
De acordo com a ação, o plano teria partido de Jamil Name e Jamil Name Filho, então presos no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Jamil Name morreu em clínica de Mossoró, de Covid, em 2021. Jamil Name Filho permanece preso.
Segunda o denúncia, Jerson teria recebido a ordem de contratar um “matador” para executar o serviço. A investigação aponta que o conselheiro do TCE, cunhado de Jamil Name, esteve na cidade do Rio de Janeiro no mesmo período em que teria recebido a incumbência.
Fonte: G1