Polícia Civil pediu à Justiça de Mato Grosso do Sul que inclua o nome de Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como “Especialista”, na Difusão Vermelha da Organização de Polícia Internacional (Interpol). Ele é um dos denunciados por assassinar e sumir com o corpo do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, de 52 anos, o “Alma”, em Campo Grande (MS), em setembro de 2021.
O trio foi detido com uma aeronave que era utilizada no tráfico, na cidade de Santa Ana de Yacuma, no departamento de Beni, na Bolívia. A droga foi apreendida em um segundo avião que foi interceptado pelos Agentes da Força Especial de Combate ao Narcotráfico, em Santa Rosa (Bolívia).
Além da cocaína também foram apreendidas granadas e armas de grosso calibre com o trio. Outros três integrantes do bando conseguiram fugir e ainda estão sendo procurados pela polícia do país vizinho. Thiago e os comparsas estão presos em Trinidad, a 180 quilômetros do local do flagrante.
Thiago, até quando fugiu, estava casado com Aline Gabriela Brandão, enteada do “Tio Arantes”. Advogada, ela foi alvo de busca e apreensão.
Alerta internacional
Diante da prisão, o delegado José Roberto de Oliveira Júnior, adjunto da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Campo Grande encaminhou ao juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pedido para que Thiago passe a figurar na lista de mais procurados da Interpol. A ferramenta é direcionada para foragidos, mas também vale para suspeitos que já foram presos.
Caso o pedido seja aceito, o mandado por homicídio expedido contra Thiago será cumprido e o suspeito, enfim, vai responder pelo desaparecimento de “Alma”.
Desaparecimento
Carlos Reis, o Alma, desapareceu no dia 30 de novembro de 2021. Todo o crime teria sido planejado por Thiago Gabriel, dono de uma ferro-velho e pessoa com quem Carlos mantinha “negócios”, aponta a investigação.
Apesar de se apresentar como empresário, o garagista também era agiota e havia emprestado dinheiro a Thiago. Conforme a Polícia Civil a investigação apontou que o crime foi motivado por vingança e “acerto de contas”.
Thiago é filho de José Venceslau Alves da Silva, ou “Celau”, que tinha negócios com o garagista. Desde a morte do pai, em 2020, Thiago Gabriel passou a cobrar Alma, mas foi ignorado. Foi então que Thiago apresentou Vitor Hugo de Oliveira Afonso, o Primo, para Alma.
A intenção de Thiago era colocar Vitor para acompanhar todos os passos do garagista e descobrir as movimentações financeiras que ele fazia. E o plano deu certo. Alma e Primo viraram parceiros na venda de veículos e também nas cobranças de agiotagem.
A investigação policial aponta que na data do desaparecimento, dia 30 de novembro de 2021, Alma foi atraído para a oficina de Thiago na Avenida Gunter Hans. Nos fundos da oficina Thiago e Primo teriam assassinado o garagista a tiros. Rodrigo José Martins da Silva, de 19 anos, irmão de Thiago também participou do crime.
Após o ocorrido, um dos envolvidos pegou o carro do garagista e usou no transporte para ocultação do cadáver, que foi esquartejado, segundo a polícia. O corpo de Alma nunca foi encontrado.
Dos suspeitos no crime, apenas Rodrigo e Vitor Hugo haviam sido localizados e presos, até então. Rodrigo foi detido no dia 22 de fevereiro, mas ganhou liberdade cerca de 1 mês depois. Já Vitor Hugo segue atrás das grades.
Fonte: G1