Policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreenderam neste fim de semana, em Dourados, mais um carregamento ilegal de cabelos, desta vez proveniente do Paraguai. Uma mulher de 23 anos foi flagrada e detida com 299 quilos que estavam sendo transportados em uma caminhonete Hilux. Agora, já são pelo menos sete apreensões do gênero no Estado neste ano.
Ao ser abordada, a condutora disse ter adquirido as mexas em Ponta Porã e levaria até Dourados, mas a suspeita é de que o material seria levado para grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro ou São Paulo. O DOF avaliou o carregamento em R$ 805 mil, o que equivale a quase R$ 2,7 mil o quilo.
Por estar sem nota fiscal, o material foi apreendido e encaminhado à Receita Federal, que por sua vez deve doar o material para confecção de perucas para mulheres submetidas a tratamentos contra o câncer.
Antes rara, a série de apreensões começou ainda no dia 17 de janeiro, na região de Corumbá, quando 93 quilos foram tomados de um motorista na BR-262. Ele disse estar a caminho Goiânia e que essa não era a primeira viagem que fazia a viagem para levar cabelos da Bolívia a Goiás.
Depois disso, em maio, a Receita Federal de Corumbá apreendeu 20 quilos na alfândega e repassou o material para a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Em 19 de junho, na BR-267, próximo a Nova Alvorada do Sul, agentes do DOF interceptaram uma caminhonete com 428 quilos de cabelos, avaliados em cerca de R$ 1 milhão, ou R$ 2,3 mil por quilo.
O carregamento, conforme o motorista, estava vindo da região de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, evidenciado que o comércio irregular de cabelos envolve os dois países que fazem fronteira com Mato Grosso do Sul.
E o negócio é tão lucrativo que em julho dois policiais de Corumbá foram presos em flagrante por terem roubado um carregamento de cabelos que havia atravessado ilegalmente a fronteira e seria despachado para a região central do País.
Para “confiscar” o material, avaliado em R$ 150 mil, um PM e um policial civil usaram as armas da Secretaria de Segurança Pública para fazer o roubo. Eles foram denunciados pelos proprietários e acabaram descobertos antes mesmo de conseguirem esconder o material. Os cabelos, porém, foram apreendidos.
Depois, no dia 8 de agosto, agentes da PRF apreenderam em Rio Brilhante, uma caminhonete com seis sacolas de cabelos. A pesagem não foi divulgada, mas o produto foi avaliado em R$ 374 mil e o condutor informou que estava vindo da região de Ponta Porã e iria até São Paulo.
Já no dia 20 de agosto, próximo a Anastácio, mais um carregamento foi interceptado, desta na BR-419. A assessoria da PRF não informou quantos quilos. Informou apenas que o produto estava em 12 sacolas de plástico e teria sido comprado em Corumbá, na região de fronteira com a Bolívia.
De acordo com a polícia, o comércio de cabelos é altamente lucrativo e o quilo pode render entre R$ 10 e R$ 20 mil em cidades como Goiânia, São Paulo ou Rio de Janeiro. A venda não é proibida, mas as autoridades brasileiras exigem que seja declarado na entrada do país.
Geralmente eles são comprados de mulheres de origem indígena nos países vizinhos e o fato de elas usarem poucos produtos químicos é uma das principais explicações para a preferência pelos produtos contrabandeados.
Praticamente todas as apreensões ocorreram em veículos de alto padrão, principalmente caminhonetes. Isso, de acordo com policiais, evidencia que o negócio é lucrativo e que os contrabandistas tem alto poder aquisitivo.
Fonte: Correio do Estado