Deputado bolsonarista de MS recorre ao ‘copia e cola’ em criação de Frente e troca MS por RS

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Na sessão desta quinta-feira (26) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul ocorreu algo inusitado, engraçado, até. Deputado estadual pediu aos colegas parlamentares a aprovação de uma ideia sua, a de que a Casa criasse como “foro de debate”, a FPIZ (Frente Parlamentar Invasão Zero) em MS.

A proposta seria una tentativa de impedir invasões de terra no Estado. 

A ideia do parlamentar, o deputado estadual Carlos Alberto David, o coronel David, do PL, bolsonarista de carteirinha – os dois são amigos há tempos – aparece exposto em duas folhas e meia de ofício. 

Aqui trecho da defesa do propósito de se criar o FPIZ. Antes, o deputado comentou sobre as invasões de terras. Daí disse isso aqui… 

“Mesmo reconhecendo de forma subsidiária a importância do processo de reforma agrária, não é possível aceitar a penalização do agronegócio gaúcho que, ao longo de tempo, sempre se mostrou a principal pilastra da economia gaúcha, vencendo obstáculos econômicos internos e mesmo de ordem internacional”. 

Note que o parlamentar diz “penalização do agronegócio gaúcho” e, ainda “pilastra da economia gaúcha”, indicativos de que a proposta já teria sido apresentada “lá pelos pampas [bioma típico do estado do Rio Grande do Sul]”.

Então, citar no requerimento “terra gaúcha” ou “economia gaúcha” remetem a comentários daquele estado, o gaúcho.. 

E, daqui de MS até a primeira cidade do RS, se de carro, até a divisa com o território gaúcho, cidade de Iraí, por exemplo, a viagem duraria umas 13 horas, afinal até lá é preciso rodar uns 900 km. Então, a FPIZ proposta teria tido um erro de expressão geográfica. 

TAMBÉM PROPOSTA 

Ainda de acordo com o pedido do debate promovido pela FPIZ, a proposta visa: “a criação da Frente Parlamentar, estabelecendo e mantendo um espaço destinado à realização de debates e a captação de sugestões, revela o compromisso dos parlamentares para com a questão e propicia uma dedicação maior e mais constante ao tema da segurança pública e defesa social”. 

Segue o parlamenter: “o parlamento sul-mato-grossense tem o dever cívico de cooperar e contribuir para o alcance dos objetivos citados nos dispositivos do presente projeto de resolução”. 

Noutro trecho do requerimento, o parlamentar cita os povos originários como os eventuais responsáveis pelas invasões: 

“Nosso Estado tem como mola propulsora de sua economia a atividade agropecuária, e, tem diversas invasões ocorridas, sejam por indígenas, sejam por entidades que se identificam com os movimentos sociais, mas que promoveram violência e grave ameaça nas invasões que patrocinaram ao longo do tempo, inclusive com perdas de vidas humanas. A atual explosão dessas invasões pelo país e o indicativo de ampliação desses atos criminosos pelos estados brasileiros é indicativo de que esta casa precisa tratar a matéria”. 

Por fim, diz o requerimento: 

“Portanto, a criação da Frente Parlamentar Invasão Zero é de extrema importância para a sociedade sul-mato-grossense, pois, a discussão e proposição de medidas nesse âmbito são fundamentais para a busca de avanços para o campo, tanto para proprietários, quanto para trabalhadores rurais e detentores de pequenas propriedades. A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, como representante legítimo da sociedade, tem a obrigação de atuar nesse sentido, e a criação da Frente Parlamentar é uma das formas mais efetivas de cumprir essa missão”. 

RISOS

O requerimento em questão não passou pelo crivo dos parlamentares, ao menos na sessão desta quinta. Ao perceberam que a proposta de impedir invasões em MS seria para proteger a “economia gaúcha”, pediram vistas, isto é, melhor entender o assunto. Episódio motivou sorrisos de alguns deputados.

Fonte: Correio do Estado

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