Mulher que perdeu filho vítima da dengue é a 1ª pessoa a receber vacina em MS: ‘Vamos vacinar nossas crianças’

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O número de casos de dengue foi recorde no Brasil e no mundo em 2023 — e deve crescer este ano. O fabricante de uma das vacinas já aprovadas pela Anvisa escolheu Dourados, no Mato Grosso do Sul, para testar os efeitos da imunização em massa contra a doença. A voluntária que inaugurou o projeto, esta semana, foi uma mãe que perdeu o filho há um ano, vítima da dengue.

Sair de casa de moto para trabalhar sempre foi a rotina de Francisleine. Só que até o ano passado ela fazia isso levando o filho na garupa, geralmente para levá-lo para a escolinha de futebol.

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Júlio César Arthur, o filho de Francisleine, era uma promessa do esporte em Dourados, Mato Grosso do Sul. Na cidade, ficou conhecido como o “novo Mbappé”, pela velocidade de suas jogadas.

Pouco antes de morrer, o garoto acordou com febre e fortes dores nas articulações. Francisleine levou o filho para um posto de saúde. Ele foi diagnosticado com dengue na forma mais grave e não resistiu.

“Não tem como explicar. Acho que toda mãe que perde um filho sabe. Mas quem não perdeu fala: ‘Eu imagino’. Não imagina”, lamenta.

Menos de um ano depois, Francisleine voltou a um posto de saúde da cidade. Desta vez, para tomar a vacina contra a doença que matou seu filho.

Dourados foi a primeira cidade do mundo em que todos os moradores aptos, de 4 a 59 anos, poderão ser imunizados contra a dengue — ela foi a primeira a ser vacinada.

“Já liguei para todo mundo que é meu amigo. Já fiz uma campanha aqui. Hoje eu já mandei uma mensagem para o treinador. Por favor, vamos vacinar nossas crianças”, disse ela.

O imunizante

A vacina que os moradores de Dourados estão tomando é do laboratório japonês Takeda. É o segundo imunizante com eficácia comprovada a ser aprovado pela Anvisa, sendo aplicada em duas doses.

“É uma vacina que tem 4 vírus da dengue atenuado dos sorotipos 1, 2, 3 e 4. Ela é uma vacina de vírus atenuado e, portanto, ela não pode ser administrada para gestantes e lactantes e imunossuprimidos”, diz o pesquisador e infectologista Julio Croda.

Nos testes clínicos, a Qdenga mostrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.

Fonte: Campo Grande News

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