O dólar fechou a sessão desta terça-feira (10) em baixa e atingiu o menor patamar do ano até agora, voltando ao nível dos R$ 5,20. Investidores repercutiram a divulgação da inflação de dezembro, que ficou em 0,62% segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e monitoraram falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.
Também continua no radar dos investidores a repercussão dos atos golpistas do último domingo (08) e as respostas dadas pelas instituições à situação, que agradaram o mercado. Entenda.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana caiu 1,05%, cotada a R$ 5,2020. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,41%, cotada a R$ 5,2570. Com o resultado de hoje, o dólar passou a acumular uma queda de 1,44% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O grande destaque da agenda macroeconômica nesta terça é o IPCA de dezembro. A alta de 0,62% no último mês de 2022 ficou acima do avanço observado em novembro, quando a inflação subiu 0,41%, e também foi maior do que a mediana das expectativas de analistas do mercado financeiro, de alta de 0,45%.
Com o resultado de dezembro, a inflação teve uma alta acumulada de 5,79% no ano passado, o que significa que, por mais um ano, o IPCA ficou acima da meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil (BC). A meta era de 3,50% para 2022, com limite de tolerância de 1,50 ponto percentual – levando o teto da meta para 5,00%.
Além dos dados de inflação, a atenção dos investidores no cenário doméstico permanece voltada para os desdobramentos das invasões ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto no último domingo (08).
Os atos foram vistos como um sinal de instabilidade política no Brasil, mas as respostas dadas pelas instituições para conter a situação foram bem recebidas pelos investidores em nível global e têm ajudado a segurar o mercado brasileiro de uma queda acentuada.
As expectativas pelas medidas da área econômica que, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, devem ser anunciadas ainda esta semana pelo governo, também ficam na mira do mercado.
No exterior, as atenções estavam voltadas para declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.
Durante discurso feito pela manhã, o banqueiro central não chegou a comentar sobre o cenário econômico ou sobre a política de juros nos Estados Unidos, mas defendeu que o Fed precisa de independência para combater a inflação.
A espera, agora, fica pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano, que será divulgado na quinta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho dos EUA e pode ajudar a dar um norte sobre os próximos passos na política de juros do Fed.
Fonte: G1