PM investiga militares envolvidos em 34 casos com mortes em MS

- Publicidade -

Com diversos casos de assassinatos de pessoas suspeitas de envolvimento em confrontos com policiais no início deste ano, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul instaurou 34 inquéritos para apurar as ocorrências com letalidade.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), já ocorreram 59 mortes por intervenção policial no Estado, em 42 ocorrências.

Os meses de fevereiro, com 18 mortes, e abril, com 19, foram os mais letais do ano. Segundo a Polícia Militar, 20 desses registros foram feitos em Campo Grande.

No ano passado, conforme a estatística da Sejusp, 52 pessoas morreram em confrontos com policiais em Mato Grosso do Sul, ou seja, passados apenas cinco meses de 2023, já houve um aumento de 13% nos óbitos em ocorrências.

O último semestre com tamanha quantidade de mortes de suspeitos registrada foi há seis anos, quando 42 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia, 28% de óbitos a menos do que o registrado neste ano.
Sobre o aumento das mortes nas operações da polícia, foram questionadas à Sejusp informações com relação à ficha criminal das pessoas mortas em tais ocorrências. O único retorno dado pela secretaria foi que todos os casos tiveram a injusta agressão do policial envolvido no confronto. 

Procurado pela reportagem do Correio do Estado, o especialista em Segurança Pública e ex-superintendente regional da Polícia Federal de MS Edgar Paulo Marcon falou sobre o aumento das mortes nas operações.

“Toda injusta agressão contra policial ou terceiros inocentes, com eminente risco de a integridade física ser atingida, deve ser rechaçada de imediato com a força necessária para fazer com que cesse a agressão, e a força usada depende quase que exclusivamente do envolvido na ação, que age em conformidade com a sua percepção, é daí que vem a necessidade de intenso treinamento”, declarou Marcon.

O especialista ainda acrescenta que “o disparo de arma letal deve ser a última alternativa a ser utilizada, é assim que determinam a lei e as técnicas ensinadas aos policiais. Mas tudo indica que os indivíduos envolvidos nos conflitos com a polícia já tinham histórico de criminalidade e não reuniam condições legais para terem armas”.

CASOS

Na manhã do dia 8 de maio deste ano, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Homicídio (DEH), realizou um mandado de busca e apreensão em apartamento no Jardim Inápolis para prender um cidadão de 33 anos.

De acordo com a polícia, o homem era procurado no estado do Acre por homicídio e apontado como liderança de uma facção criminosa. 

Ao chegarem ao apartamento, os policiais se depararam com o suspeito próximo a um revólver, buscando-o para reagir, e conforme informado pela polícia, foi feita a realização de disparos em direção ao homem, que foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Vila Almeida, mas não resistiu e faleceu. 

Segundo a polícia, foi encontrada maconha no imóvel. Além disso, a namorada do homem baleado estava no local e foi presa em flagrante por tráfico de drogas.

Três homens foram mortos a tiros no dia 1º de maio em Dourados por integrantes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF).

A nota da polícia informou que “três armas de fogo utilizadas nos assaltos e no ataque aos policiais foram apreendidas”. De acordo com a nota, os três mortos tinham 20, 23 e 29 anos, e a partir do flagrante a polícia civil começou a investigar o envolvimento do trio em uma série de assaltos em Dourados. 

Eles foram identificados como Jonathan Douglas Diomasio Santana, natural de São Paulo; Erick Henrique Cardim Marques, do Paraná; e Vinicius Werlang, que é douradense.

Em abril, outros quatro suspeitos morreram na mesma noite, em confronto com policiais de Dourados. 
Juliano Ferreira Falcão, 32 anos, foi morto em confronto com policiais militares na madrugada do dia 20 de março, em Aquidauana, a 134 quilômetros de Campo Grande. 

De acordo com a polícia, o homem é suspeito de vários furtos na cidade e teria tentado atacar os policiais com uma faca durante tentativa de abordagem.

Os suspeitos assassinados fazem parte das estatísticas que comprovam que as forças policiais de Mato Grosso do Sul nunca foram tão letais quanto no primeiro semestre deste ano.

Fonte: Correio do Estado

Leia também

- Publicidade -

Enquete

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-