Aumento da taxa de juros vai piorar cenário de estagflação no Brasil, alerta economista

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No artigo “Estagflação: Quando o inútil se une ao desagradável”, o economista e ensaísta Albertino Ribeiro alerta para o efeito perverso do aumento da taxa básica de juros no atual cenário da economia brasileira, com inflação em alta, desemprego e renda em queda. “O endividamento se alastra e alcança, inclusive, os brasileiros que fazem parte do cadastro positivo. Isso mesmo, o cadastro que foi criado para permitir que os bons pagadores tenham um crédito mais simples e barato, parece estar caminhando para o negativo”, lamenta.

“Esse cenário, quase de um filme de terror, é reflexo do desemprego alto (11,1%); das taxas de juros nas alturas (12,75% a.a.) e da inflação muito alta, na casa de dois dígitos (12,13%), o que deixa o brasileiro preso numa armadilha de pobreza e miséria”, pontua.

“Vivemos a pior das combinações de indicadores econômicos, a estagflação. Normalmente a inflação – principalmente nos países desenvolvidos – costuma ser um pequeno efeito colateral, que ocorre quando a economia está aquecida”, analisa.

“Em um cenário como esse, aumentar a taxa básica de juros, apenas, exaspera o problema, pois vai desestimular o investimento produtivo, matando, assim, as possibilidades que permitam aos consumidores voltar às compras, principalmente de itens básicos”, alerta.

Confira o artigo na íntegra:

“Estagflação: Quando o inútil se une ao desagradável

Albertino Ribeiro

O endividamento se alastra e alcança, inclusive, os brasileiros que fazem parte do cadastro positivo. Isso mesmo, o cadastro que foi criado para permitir que os bons pagadores tenham um crédito mais simples e barato, parece estar caminhando para o negativo.

Talvez fosse o caso de o cadastro mudar de nome, pois quase a metade dos que estão nele arrolados (ou enrolados), 44%, está no perfil dos superendividados.

O site ‘Valor Investe’ publicou no último dia 7 de maio de 2022, matéria que mostrou como a saúde financeira do brasileiro vai de mal a pior. Normalmente, essa situação deveria ocorrer, com essa magnitude, apenas nos cadastros negativados dos bancos e financeiras.

Segundo a Lei Federal 14.181/21, o superendividado é o cidadão, de boa-fé, que não consegue mais garantir o pagamento de suas dívidas, incluindo aquelas que ainda vão vencer, sem comprometer o seu mínimo existencial.

Esse cenário, quase de um filme de terror, é reflexo do desemprego alto (11,1%); das taxas de juros nas alturas (12,75% a.a.) e da inflação muito alta, na casa de dois dígitos (12,13%), o que deixa o brasileiro preso numa armadilha de pobreza e miséria.

Vivemos a pior das combinações de indicadores econômicos, a estagflação. Normalmente a inflação – principalmente nos países desenvolvidos – costuma ser um pequeno efeito colateral, que ocorre quando a economia está aquecida. Entretanto, nesse contexto, os preços sobem gradativamente, mas os indicadores de empregos estão bons e as taxas de juros estão em um patamar que contribui para os investimentos produtivos que aumentam a oferta de emprego e crédito.

Infelizmente, em um contexto de estagflação, o brasileiro, além de perder seu poder de compra, afetado pelo aumento de preços, também fica sem renda, devido ao desemprego ou ao subemprego.

Em um cenário como esse, aumentar a taxa básica de juros, apenas, exaspera o problema, pois vai desestimular o investimento produtivo, matando, assim, as possibilidades que permitam aos consumidores voltar às compras, principalmente de itens básicos.

Fonte: O Jacaré

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