Após enterro, indígenas ocupam fazenda onde ocorreu conflito entre a polícia em MS

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Após o enterro de Vito Fernandes, de 42 anos, os indígenas Guarani Kaiowá voltaram a ocupar a fazenda, em Amambai (MS), onde ocorreu conflito entre a polícia na sexta-feira (24). Não foi registrado confronto na nova retomada de terra.

Ao chegar na sede da fazendas, cerca de 700 indígenas encontraram seis seguranças particulares que saíram do local após pedido dos próprios indígenas, segundo informações de testemunhas no local e do Conselho Missionário Indigenista (CIMI).

Conforme informações apuradas pelo g1, os indígenas retomaram o a fazenda logo após o enterro que ocorreu a partir de um acordo entre a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF) e fazendeiro, após a família da vítima pedir para que o corpo fosse sepultado no local onde Vitor foi morto.

Após enterro, indígenas ocupam fazenda onde ocorreu conflito entre a polícia em MS
Corpo de Vitor é sepultado na área de conflito. — Foto: Martim Andrada/TV Morena

Entenda o caso

Após enterro, indígenas ocupam fazenda onde ocorreu conflito entre a polícia em MS
O acordo permite que Vitor seja enterrado a até 15 metros da cerca. — Foto: Martim Andrada/TV Morena

O confronto entre indígenas e policiais ocorreu na madrugada de sexta-feira (24) devido à disputa de área vizinha a aldeia Amambai, a segunda maior do estado, com cerca de 7 mil moradores. Para os indígenas, as terras fazem parte do território Guapoy, que pertencia aos ancestrais dos povos originários e seria parte da reserva.

De acordo com o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em Mato Grosso do Sul, Matias Benno, disse que os indígenas da etnia Guarani Kaiowá estão na região da fazenda onde ocorre o conflito há alguns dias e que entre quinta e sexta-feira (dias 23 e 24) fizeram o que chamam de “retomada” da área que consideram tradicional.

Ao todo, foram sete indígenas feridos e um morto. Outros três policiais militares também se feriram.

Após a “ocupação” sob a ótica dos indígenas, a Polícia Militar foi acionada, para combater, o que seria na visão da proprietária da terra, o grupo VT Brasil, uma “invasão”.

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, o conflito se iniciou quando indígenas atacaram os policiais militares, acionados para “coibir uma invasão” e garantir a “segurança daqueles que estavam nas residências”. Videira alegou que a ida do Batalhão de Choque foi “necessária”.

“A Polícia Militar foi atender uma ocorrência grave de crime contra o patrimônio com risco de morte eminente, tanto que nossos policiais foram recebidos a tiros. Nós vamos manter o reforço em toda aquela região para evitar novos confrontos”, explicou o secretário.

Perícia

O Ministério Público Federal determinou na noite de sábado (25), que seja feita uma perícia no local do conflito.

A perícia da Retomada Guapoy, como denominada pelos indígenas, será conduzida por analista em antropologia do MPF entre 28 de junho e 1º de julho e buscará esclarecer os conflitos que ocorreram recentemente, assim como coletar elementos sobre eventuais violações de direitos, seja dos indígenas ou dos policiais. O procurador solicitou uma viatura blindada para que o antropólogo e perito se desloquem até a região.

Fonte: G1

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