Disputa pelo governo terá 2º turno e vencerá quem fechar melhor aliança

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A disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul será definida em dois turnos – o primeiro, daqui a precisos dois meses e meio, no dia 2 de outubro, e o segundo, no dia 30 de outubro – e deverá vencer o pleito o candidato ou a candidata cujo partido consolidar as “melhores alianças”.

A impressão é do sociólogo, professor por quatro décadas, Paulo Cabral, que acompanha a política sul-mato-grossense desde 1978, há 44 anos.

E os desfechos das coligações acontecem a partir desta semana, com a realização das convenções partidárias, eventos em que os chefes das legendas mencionam as siglas parceiras e expressam a relação de seus candidatos.  

A partir disso, o eleitor ficará sabendo quem são os concorrentes a governador, vice-governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

Para Cabral, as convenções não importam tanto, pois são “meros rituais”. Segundo o professor, “as costuras acerca das alianças já ocorreram ou têm sido acertadas por estes dias”.  

O União Brasil, partido que tem uma pré-candidata ao governo de MS, é o primeiro a promover a convenção, no dia 22, sexta-feira.

“Somente uma reviravolta extraordinária terminaria a eleição deste ano em primeiro turno. A persistir o que está até aqui, o governador ou governadora de MS será conhecido somente no segundo turno”, afirmou Paulo Cabral.

Pela primeira pesquisa, divulgada há 10 dias pelo Correio do Estado, em parceria com o Instituto de Pesquisa de MS (Ipems), não dá para enxergar favoritos, o que respalda a tese assumida pelo sociólogo.

ALIANÇA

Paulo Cabral sustentou também que as alianças, ainda como meio de reforçar a ideia de que estas eleições de outubro devem ser bem disputadas, têm sido combinadas já para o segundo turno. 

Ao menos por enquanto, por meio de declarações, poucos pré-candidatos criticam seus adversários, um indício de assegurar futuras alianças, segundo o professor.

Paulo Cabral informou, ainda, que as alianças firmadas para o primeiro turno são preservadas, porque as legendas temem que, se anunciarem algum apoio agora, no primeiro turno, poderiam demonstrar que já estariam acreditando na “possibilidade de derrota”.

Para reforçar a ideia de que os pré-candidatos com mais chances de vitória na eleição de outubro dependem das “melhores e mais robustas alianças”, Paulo Cabral recorreu ao calendário eleitoral. 

Ele listou os concorrentes vencedores desde 1982, a primeira eleição definida no voto direto depois da separação de Mato Grosso do Sul do vizinho Mato Grosso.

Do início da década de 1980 até agora, foram eleitos 11 governadores, alguns deles por duas vezes, como Wilson Barbosa (MDB), José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, André Puccinelli (MDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

O sociólogo informou que, entre os eleitos, todos haviam firmado “robustas alianças”, no caso, fortes legendas haviam acertado apoio aos depois eleitos.

DE 1982 PARA CÁ

Entre os eleitos de 1982 para cá, o governador com menor aliança foi Zeca do PT, em 1998, ano de sua primeira vitória. 

No entanto, segundo o sociólogo, o petista contou com um precioso apoio naquele ano, do então ex-governador Pedro Pedrossian, que já havia governado o Estado antes da divisão, na segunda metade dos anos 1960.

Pedrossian, que morreu em agosto de 2017, era concorrente de Zeca, mas ficou fora do segundo turno e, no dia seguinte, declarou voto e apoio ao petista.

Uma curiosidade da época: Pedrossian, então favorito, no último debate entre os candidatos, mostrado pela tevê, disse ter se inscrito na disputa atendendo a pedidos de aliados e amigos. Por vontade dele, gostaria mesmo era de pescar em sua fazenda, no município de Miranda. À época, fiéis ao ex-governador disseram que a “pesca” foi um “vacilo supremo”.

ÚLTIMAS COLIGAÇÕES

As duas últimas eleições para o governo de MS (2014 e 2018), vencidas pelo atual governador Reinaldo Azambuja foram definidas no segundo turno. 

Antes disso (2006 e 2010), André Puccinelli, que tenta um terceiro mandato, ganhou os pleitos já no primeiro turno. O arco de alianças dos vencedores foi maior do que o de seus rivais.

Em 2018, quatro anos atrás, Azambuja concorreu à reeleição em coligação formada com PMN, DEM, PP, PSB, PTB, Patriota, PSD, PPS, Avante, Solidariedade e Pros.

Enquanto o atual governador contava com a parceria de 11 legendas, o rival, o ex-juiz Odilon de Oliveira, que concorreu pelo PDT, acertou alianças com apenas duas siglas, o Podemos e o PRB.

Fonte: Correio do Estado

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