Depois de 20 anos produzindo farinha de trigo no Paraná, o empresário Idivan José Bernardi resolveu apostar no Nordeste brasileiro e instalou um moinho em Luís Eduardo Magalhães (BA). Feliz com o resultado, agora está prestes a inaugurar uma unidade em Campo Grande (MS). Nesses dois negócios, Bernardi e sua empresa, a Moinho Mercosul, investiram R$ 100 milhões.
“Acompanhava as notícias do potencial de cultivo de trigo no Cerrado e resolvi aproveitar as oportunidades”, conta à reportagem.
A unidade baiana foi construída “do zero” e processa 360 toneladas por dia, mesma capacidade esperada para a fábrica de Campo Grande, que deve ser inaugurada em janeiro. Ela foi comprada do grupo Carpefe SA, que teve problemas financeiros e paralisou o moinho há alguns anos.
Em Campo Mourão (PR), onde o Mercosul tem unidade, a produção é de 480 toneladas ao dia, o que garante à empresa um faturamento de R$ 480 milhões anuais. O moinho produz farinhas para panificação, massas, biscoitos e pizzas.
A diferença entre as duas regiões é que os produtores do Cerrado pedem que o moinho compre a produção por meio de contratos futuros, o que não é comum no Sul. “Vamos fazer isso a partir da próxima safra nas duas unidades fora do Paraná”, diz Bernardi.
“O Brasil tem potencial para produzir e aumentar o consumo de farinhas. Perto de outros países, consumimos pouco pão, e acho que isso vai mudar”, afirma o empresário. Por enquanto, não estão previstos projetos de expansão pelo moinho Mercosul apesar do nome sugestivo.
Fonte: Globo Rural